A população idosa – pessoas acima de 60 anos – representa o segmento que mais cresce da população brasileira. Em 20 anos, o número de idosos no país passou de sete para 14 milhões e a estimativa é que alcance a 32 milhões em 2020, correspondendo à 6ª maior população idosa do mundo. No Brasil, cerca de 2/3 (69%) dos idosos relatam ter pelo menos uma doença ou condição crônica e cerca de 900 mil (2%) não conseguem realizar pelo menos uma entre três atividades básicas da vida diária (alimentar-se, tomar banho ou ir ao banheiro). Dados revelam que esse grupo da população é um dos que mais procura por atenção à saúde e utiliza os serviços de saúde. E estudos têm mostrado que as doenças ou condições crônicas – e as incapacidades delas resultantes, não são consequências inevitáveis do envelhecimento, e que a prevenção em qualquer nível é efetiva mesmo nas fases mais tardias da vida.
Para enfatizar a prevenção da saúde do idoso e assim mudar esse cenário, foi criado o projeto Monitoramento das Condições de Saúde dos Idosos no Brasil. A vigilância das condições de saúde é um instrumento chave para orientar estratégias de prevenção.
Motivada pela experiência de outros países, principalmente Canadá e Estados Unidos, a proposta foi adaptada às condições brasileiras, baseando-se na experiência do Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (Nespe) nas suas atividades como Centro Colaborador do Cenepi – Centro Nacional de Epidemiologia – em saúde do idoso, no período de 2002-2004. A vigilância em saúde do idoso é uma área interdisciplinar, que contempla determinantes das condições de saúde, indicadores de fragilidade, de morbidade e de mortalidade, assim como uso e avaliação dos serviços de saúde.
Dadas essas especificidades e considerando a ausência de tradição neste país na área de vigilância da saúde do idoso, o projeto aponta também a necessidade de debate da proposta em fóruns especializados.
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